domingo, 2 de novembro de 2008
Escuridão
No escuro, vejo luzes através da fechadura. Estático, consigo apenas pensar. Respiro e penso. O peito quer se abrir, mas não consegue. Quero gritar, mas a voz está presa. Penso em mexer meu corpo e ele não obedece. Tenho lágrimas e não consigo chorar. Tenho asas e não consigo voar. Minha chave já não abre a porta nem meus passos me conduzem para além dela. Lentamente, um sorriso me invade o rosto. Não tarda, a gargalhada ecoa pelas altas paredes e também fica presa no teto, como minha visão. Aos poucos, vou de encontro a uma minguante lucidez. Quem precisa sair daqui? Quem disse que além da porta é melhor? Lá, sentimentos congelados correm o risco de derreter...
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