quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Diário do reverso
E a história está sendo escrita. A cada novo dia, nova página se desenha. Os personagens são os mesmos. Pessoas e egos balofos se espremem para aparecer mais, enquanto que sentimentos são suprimidos e jogados fora. O novo atropela o passado, dando a ele uma condição descartável. Os valores mudam a cada vinte e quatro horas, ao sabor das teorias e novas metas. As risadas falsas invadem o ambiente, onde quem cala só sente, consente, ouve, desacredita, mente, resente. Mentes e olhos vidrados na tela, na janela tecnológica da modernidade, da antropofagia da história e da memória. Palavras são lançadas ao mundo na tentativa de serem lidas, ouvidas, percebidas. Em troca, silêncio. Livros não lidos alçam vôo da Europa. Livros viajados, vivos, sabidos. Olhos abertos, sentidos despertos, destino desenhado, rumo incerto. O vento soprou, a vista abriu, a ficha quase caiu. O ar condicionado refresca o espírito domado, o olhar desviado, o rumo perdido, o orgulho ferido. Não está entendendo nada? Nem eu... Não se preocupe, afinal, o mundo já não é o mesmo. Pensando bem, nem nós...
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