segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Eu?
Por que nem sempre é ruim sentir-se um idiota? Passado o susto, percebe-se que é deles a preocupação da dissimulação. Dá menos trabalho ser inocente.
Na estrada...
É noite alta. O carro voa veloz. As luzes das cidades surgem e desaparecem rápido. Poucos metros de estrada se avistam à frente. A neblina é densa como uma mortalha. Pelas ondas do rádio, na escuridão, chega um velho rock que diz " Gimme all your lovin’ ". (*) Olhos vidrados, mãos firmes, pensamento solto, coração cortado, mente aberta. Não sei o que a música diz. Só penso. Por que você não me dá o seu amor? As lágrimas turvam o olhar e encobrem a pista. Para onde vou? Onde está você? Logo saberei...
(*) ZZ Top
(*) ZZ Top
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Mais um dia...
Mais um dia sombrio, frio. Por vezes, o tempo não passa. Por vezes, ganha asas. O abrir dos olhos e a percepção de que tudo é realidade, é real demais para o meu gosto. Todos têm os seus problemas e preocupações de como resolve-los. Ninguém tem tempo e vontade de olhar para o lado. Dia corrido, visita médica na noite, olhos abertos, mente congestionada. Até onde? Até quando? Ao abrir a janela, percebe-se que os sentimentos estão soltos, espalhados pelo quintal, pelas ruas, pelo caminho. Estão em todos os lugares, menos onde realmente deveriam estar, no lugar onde poderiam ser sentidos. Aliás, nada faz muito sentido. Nada, nenhum lugar e quase ninguém. Mas, se é assim, acostumemo-nos assim. Vamos apenas esperar e ver onde esse caminho vai dar. Em um ser, em um ter, um parecer ou em lugar nenhum.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Cruzada inglória
Desde cedo, nessas manhãs ainda frias de setembro, tristes criaturas se encolhem pelas esquinas das cidades agitando bandeiras e empunhando cartazes. Empunham essas bandeiras sem muita convicção, agitando-as mais para não sentir frio que propriamente pelo apego às idéias que elas passam. Sabem, que ao final do dia, receberão o seu pequeno mas necessário pagamento. Nos cartazes, sorrisos que se transformarão em gargalhadas, se a população os avalizar. É triste ver uma parcela deste povo a serviço de partidos e candidatos que os esquecerão no mesmo instante em que forem eleitos. Afinal, o seu papel já foi cumprido e existe nova data para que eles sejam lembrados, daqui a exatos quatro anos.
domingo, 21 de setembro de 2008
Cada um na sua
Há pouco, vi na TV uma grande exposição de barcos, lanchas e iates de luxo. Assisti também, a anúncios de apartamentos e coberturas em bairros nobres da cidade. Automóveis grandes, espaçosos e de alta performance também entram na minha retina, através do vídeo. Acabo de apagar o fogo. Alguém aí sabe o valor nutritivo do macarrão instantâneo?
sábado, 20 de setembro de 2008
Pesadelo?
Era como um imenso supermercado. As pessoas circulavam entre grandes prateleiras. O estranho é que lá se vendiam sentimentos. Ao passar pelos corredores, eu podia ver tudo de perto. Os preços eram os mais variados e havia opções para todos os gostos e bolsos. Em média, todos os produtos eram acessíveis e ao alcance de qualquer pessoa que se dispusesse a pagar por eles, com exceção de alguns itens. Pude perceber que o Amor tinha um custo elevado, o que também acontecia com a Solidariedade. No espaço da Amizade havia algum movimento de clientes, pois o preço estava bom. Na prateleira do Sucesso, com aquele preço nas alturas, quase ninguém. Mas, era na seção das ofertas que estava a multidão. Carrinhos abarrotados e cestas cheias de Desprezo, Ódio, Traição e Falsidade. Afinal, estava tudo por uma ninharia! Confesso que o preço baixo atraiu o meu olhar naquela direção. Recordo de ter colocado a mão no bolso para ver o quanto eu tinha. De repente, me vejo na cama. Acordei cansado, mas estranhamente feliz. Corri para ver a minha carteira e a encontrei ainda com dinheiro. Não gastei quase nada desde ontem. Será que aproveitei aquelas ofertas? Por que esse sorriso insistente no meu rosto?
Ao sabor do vento
Por que os finais de semana me encontram vislumbrando o desengano? Os dias se sucedem, correm, atropelam e não me dão tempo para pensar. Mas, o final de semana... Ah, o final de semana! O que fazer se é aí, exatamente nesse espaço de tempo que os pensamentos se rebelam e vêm à tona? Histórias, estórias, fatos vividos, imaginados, sonhados, tudo! Tenta-se dormir, fugir, sonhar. Mas, no mesmo instante em que as pálpebras se abrem, lá estão eles! Assombrações incansáveis! Mostram-se, exibindo suas formas perturbadoras. Pensamentos estranhos, sonhos longínquos, metas inatingidas, vida ao sabor dos ventos e das marés da inabilidade. Na mente, trilhas sonoras que não motivaram e imagens que desiludiram. Vou dormir agora e ver para onde o vento de amanhã me empurrará. É estranha essa amizade com o vento, amigo sempre presente e poderoso, mas terrivelmente inconstante e sem direção definida. Vou junto.
* Qualquer semelhança com a vida real, terá sido mera coincidência. Ou não...!
* Qualquer semelhança com a vida real, terá sido mera coincidência. Ou não...!
terça-feira, 16 de setembro de 2008
O leão de hoje
O de hoje, foi difícil. Lutou, relutou, resistiu, endureceu. Mostrou suas garras afiadas, mas por fim desistiu, capitulou, morreu. Dia pesado, combustível escasso, moedas juntadas. Esperança, dúvidas e dívidas juntas. A submissão ante o senhor dos dinheiros, o olhar de baixo para cima, a vista turva e a cabeça pesada. O céu escuro encobriu os músculos já cansados, noite adentro. A lua me acha arranhado, cansado, mas bem. Está tudo certo! Afinal, não temos mesmo que matar um leão por dia?
Um tijolo a menos no muro...
A viagem psicodélica perdeu boa parte do brilho. O som progressivo, claro, finamente elaborado e hipnótico do Pink Floyd, silenciou de vez no dia de hoje. Sem qualquer aviso, calaram-se os teclados de Richard Wright. No meio do susto, percebemos que os ídolos não são imortais. O rock progressivo, clássico e harmônico, recheado de viagens alucinantes, porcos infláveis e muros, refugiou-se em definitivo no lado escuro da lua.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Sob o olhar da lua
Varrer as folhas da calçada no meio da noite, tocando a vassoura como uma guitarra para um público imaginário oculto entre as folhagens do jardim. Você não vê, mas eles estão lá! Códigos fechados sobre a cama, talvez na ânsia de não se impor mais limites, leis ou normas. Talvez um sonho de, até que seja possível, legislar sentimentos entre os muros da casa. Até quando? Quem não lida bem com decepções não vê graça no que vem depois. Mais uma folha arrancada do calendário, varrida junto entre as bromélias. Logo amanhece e novas folhas cairão do calendário e das árvores, impreterivelmente no chão.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
O dia em que não encontrei Klaus Meine
12 de setembro de 2008! A 110 quilômetros de distância, na cidade de Ponta Grossa (por que lá?) está se apresentando a banda alemã Scorpions, em seu único show no Sul do Brasil desta feita. Pois bem: noite chuvosa, sem ingresso na mão e com compromissos de Direito Administrativo e Direito Comercial para comparecer. Por que o drama? Afinal, era só dirigir até lá em pista dupla, pagar dois pedágios de ida, dois de volta, curtir o show “Humanity World Tour” na versão eletroacústica e voltar. Mas, ao invés de Always Somewhere, tenho as licitações. No lugar de Wind of Change, as tomadas de preço. Substituindo Send Me An Angel, tenho a letra de câmbio e suprimindo The Zoo, entra em campo a nota promissória. Perfeito para uma noite chuvosa de uma sexta-feira longe do palco do Centro de Eventos de Ponta Grossa. O local é onde se realiza a já tradicional Festa Nacional do Chopp Escuro, a Münchenfest. Então, um brinde à Klaus Meine, Rudolf Schenker, Matthias Jabs, James Kottak e Pawel Maciwoda. Prost!!!
Liberte um livro!
Acontece em várias partes do mundo uma campanha, que tem um sugestivo título: "Liberte um livro!". Trata-se de uma iniciativa de incentivo a leitura, já que um livro é bem mais útil para a sociedade ao estar circulando e sendo lido. A proposta é que cada pessoa que possua um livro já lido, o disponibilize para que outros cidadãos possam usufruir do conteúdo de suas páginas. O livro pode ser entregue para alguém, ou deixado em locais públicos como um banco de praça, um ponto de ônibus ou em algum estabelecimento comercial como uma loja, uma farmácia ou um açougue. O importante, é que ao deixar o livro, o seu doador escreva no mesmo, a seguinte frase: "Esse livro é livre! Leia e liberte-o novamente...!" Trata-se sem dúvidas, de uma idéia fantástica, pois ao dar asas ao livro, estamos permitindo que as boas histórias, a cultura e o conhecimento atinjam a todos, indistintamente. Essa é a missão do livro, entreter e ensinar a todos, independentemente de seu grau de instrução ou poder aquisitivo.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Diário do reverso
E a história está sendo escrita. A cada novo dia, nova página se desenha. Os personagens são os mesmos. Pessoas e egos balofos se espremem para aparecer mais, enquanto que sentimentos são suprimidos e jogados fora. O novo atropela o passado, dando a ele uma condição descartável. Os valores mudam a cada vinte e quatro horas, ao sabor das teorias e novas metas. As risadas falsas invadem o ambiente, onde quem cala só sente, consente, ouve, desacredita, mente, resente. Mentes e olhos vidrados na tela, na janela tecnológica da modernidade, da antropofagia da história e da memória. Palavras são lançadas ao mundo na tentativa de serem lidas, ouvidas, percebidas. Em troca, silêncio. Livros não lidos alçam vôo da Europa. Livros viajados, vivos, sabidos. Olhos abertos, sentidos despertos, destino desenhado, rumo incerto. O vento soprou, a vista abriu, a ficha quase caiu. O ar condicionado refresca o espírito domado, o olhar desviado, o rumo perdido, o orgulho ferido. Não está entendendo nada? Nem eu... Não se preocupe, afinal, o mundo já não é o mesmo. Pensando bem, nem nós...
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Reminiscências...
O tempo passa impiedoso. E, com ele, leva a todos nós. Trata, retrata, destrata, maltrata e conduz... Para onde? Não sei! Conduz! Seduz, reluz, reduz...a tudo, a nada, a pó. Impiedoso tempo, doces lembranças, duras vivências, amarga demência. O relógio não para, o peito dispara, a vida desmascara. Quanto tempo ainda temos?
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