sexta-feira, 25 de junho de 2010

Ossos no armário

É tão difícil
Ficar livre do passado
Como é se livrar
De um esqueleto oculto dentro do armário
Ao se tentar
Ao se mexer
Ao se pensar
Os ossos se espalham
Caem pelo chão
Assim como o ressentimento, a dor e a decepção
Em um contínuo processo
De desmancho e decomposição
A culpa é de quem?
A falha é de quem?
Nossa, por ter permitido o esqueleto em nossas vidas?
Do próprio esqueleto por ser tão intrometido?
Ou é do armário
Por ser tão pequeno
E incapaz de esconder os ossos, as mágoas e a desilusão?

11/04/2007
14h 21min

* Do livro "Poesia em tempo de guerra"

Um comentário:

Lu Genovez disse...

Este é dos meus preferidos! Não há culpa! Vai haver sempre um esqueleto e tomara haja um armário, onde possamos trancá-lo! Sim, dizem que podemos trancá-lo! Beijoo (genial postar poemas do livro)