Apartamento ensolarado, com suítes, garagens, área verde, bem localizado! Carro com direção hidráulica, air bags, estofamento em couro, ar condicionado, rodas de liga leve! Notebook extrafino, com acesso sem fio à Internet, tela extragrande, etc, etc, etc...
Em um país onde a grande maioria da população ainda trabalha durante o dia para comer à noite, anúncios como estes não soam até como zombaria? Zombaria de uma classe minoritária, porém poderosa economicamente, expandindo os seus investimentos e projetos ao mesmo tempo em que a imensa maioria luta por algo básico, a sobrevivência. Em um país, onde quem utiliza as vagas oferecidas nas universidades públicas são os filhos dos ricos, que a população morre sem atendimento médico nas filas dos hospitais públicos e onde crianças são abandonadas nas ruas todos os dias por falta de condições dos pais para criá-las, anúncios como estes, são coerentes? Não tenho nada contra os construtores, os comerciantes e nem contra as grandes redes de lojas, mas estes e outros tantos anúncios veiculados na mídia, são as ofertas ou as ofensas do dia, para uma população que ainda passa fome?
sábado, 26 de julho de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Dia do pai?
Amigo, bravo, cuidadoso, nervoso, carinhoso, esperto, despreparado, cúmplice. Todas essas e muitas outras palavras são qualidades ou defeitos de um pai. Assim era o meu pai. Assim são os nossos pais! Assim sou eu, afinal eu também sou pai! Há muitos dias, já ouço na mídia os comerciais para que os filhos comprem os presentes para os seus pais, afinal vem aí o “dia dos pais”! Temos presentes para todos os gostos e bolsos. Mas, todo o santo dia não deveria ser o “dia do pai”? Assim como toda data no calendário não deveria ser um dia das mães, das crianças, do professor, da avó, do funcionário público e de quem mais merecesse respeito, consideração e amizade? Me entristece supor que em troca de um presente adquirido muitas vezes com o dinheiro do próprio pai, muitas pessoas achem que podem comprar e salvar o segundo domingo do mês de agosto.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
domingo, 13 de julho de 2008
Dia Internacional do Rock
Ele é mais do que música, é um sentimento de liberdade, é uma maneira de viver.
É só rock’n roll, mas eu gosto.
É só rock’n roll, mas eu gosto.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
A pantomima
Alegrai-vos! Eis que é tempo de pantomima! A partir dos próximos dias, saem da escuridão os salvadores da pátria de plantão. Surgem como por encanto, tentando fazer com que acreditemos nas histórias que serão contadas e encenadas a seguir. Como em um passe de mágica, oferecem as melhorias, a salvação e os milagres. Eles possuem as soluções para tudo. Apresentam propostas salvadoras para a saúde pública, para o ensino, para a segurança, para a pobreza, para uma cidade e um mundo melhores. Qual é realmente o nosso papel nesse processo? Ouvir, acreditar, ter esperanças, legitimar o teatro, ser decepcionado? Novamente? Outra vez? Até quando? Quantos deles realmente estão imbuídos de boas intenções? Um, dois, mais? Eles existem? Pensemos nisso. É isso que nós merecemos?
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Será?
Será que na época em que, além dos pássaros, cruzavam os céus apenas os aviões monomotores e bimotores turboélice, o ser humano era melhor? Será que quando as nossas mensagens mais urgentes eram enviadas pelo telégrafo, havia mais compreensão e honestidade entre as pessoas? Será que quando os nossos automóveis atingiam a incrível velocidade máxima de 100 Km/h, os pais amavam mais aos seus filhos? Será que quando o nosso entretenimento diário vinha através das ondas captadas pelo rádio valvulado, os filhos respeitavam a seus pais? Será que quando a nossa moeda era medida em "réis", um trabalhador ganhava o suficiente para sustentar e dar vida digna a sua família? Será que quando as cartas eram escritas com pena e tinta, as escolas e os hospitais públicos atendiam de maneira decente a quem precisava de seus serviços? Será que quando as pessoas plantavam e colhiam os seus próprios alimentos livres de agrotóxicos, as mesas eram fartas e não haviam pessoas vivendo pelas ruas? Será que um dia nós já vivemos em um mundo mais justo e mais feliz? Se as respostas para todas essas perguntas forem "sim", em que ponto da história nós pusemos tudo isso a perder? Alguém sabe responder?
sábado, 5 de julho de 2008
As mercearias
Eu sei que o mundo evolui e que essa evolução nos traz muitos benefícios e comodidades. Mas, independente disso, eu sinto saudades de algumas coisas que pertenciam a outras épocas e que povoavam a minha infância. É o caso das antigas mercearias, onde se comprava de tudo. Encontrava-se ali, desde o arroz e o feijão, até agulhas, linhas e coisas sofisticadas para a época como os rádios de pilha. Há poucos dias, tive a alegria de encontrar na região de Curitiba, duas dessas mercearias que insistem em resistir ao tempo e ao poderio dos grandes supermercados.
Uma delas continua instalada em uma antiga casa de madeira que é a sua sede, desde sempre. Nas antigas prateleiras, misturam-se garrafas de refrigerante, cerveja, cachaça e de xarope de groselha. Penduradas no teto, várias pipas feitas com papéis coloridos para fazer brilhar os olhos dos meninos que ainda conhecem esse brinquedo e se permitem deixar levar por algo tão simples e mágico. É uma pena que a imensa maioria das crianças de hoje não conhece e nem conhecerá a sensação de liberdade de ver a sua pipa voando a muitos metros de altura, sob o seu comando. Sobre o balcão, o tradicional vidro giratório repleto de balas chama a atenção e atiça as lembranças. Nas prateleiras do fundo, produtos de limpeza, de higiene, como talcos, perfumes e o que se imaginar. Sei que isso não interessa muito às atuais gerações, pois o mundo que elas conhecem hoje é imensamente mais sofisticado e tecnológico, mas para mim foi uma volta ao passado. Foi um retorno a minha infância. Fiquei tão admirado que fotografei cada detalhe da antiga construção e de suas mercadorias. A outra casa de comércio desse tipo que vi, traz o nome de “Mercearia Vencedora”. E, pensando bem, talvez seja mesmo. Digo isso, pois nesse mundo em que as mudanças alteram as nossas vidas em segundos, lá está ela ainda, com suas portas abertas e suas prateleiras abarrotadas de comida, bebida e de uma ingênua volta ao passado.
Uma delas continua instalada em uma antiga casa de madeira que é a sua sede, desde sempre. Nas antigas prateleiras, misturam-se garrafas de refrigerante, cerveja, cachaça e de xarope de groselha. Penduradas no teto, várias pipas feitas com papéis coloridos para fazer brilhar os olhos dos meninos que ainda conhecem esse brinquedo e se permitem deixar levar por algo tão simples e mágico. É uma pena que a imensa maioria das crianças de hoje não conhece e nem conhecerá a sensação de liberdade de ver a sua pipa voando a muitos metros de altura, sob o seu comando. Sobre o balcão, o tradicional vidro giratório repleto de balas chama a atenção e atiça as lembranças. Nas prateleiras do fundo, produtos de limpeza, de higiene, como talcos, perfumes e o que se imaginar. Sei que isso não interessa muito às atuais gerações, pois o mundo que elas conhecem hoje é imensamente mais sofisticado e tecnológico, mas para mim foi uma volta ao passado. Foi um retorno a minha infância. Fiquei tão admirado que fotografei cada detalhe da antiga construção e de suas mercadorias. A outra casa de comércio desse tipo que vi, traz o nome de “Mercearia Vencedora”. E, pensando bem, talvez seja mesmo. Digo isso, pois nesse mundo em que as mudanças alteram as nossas vidas em segundos, lá está ela ainda, com suas portas abertas e suas prateleiras abarrotadas de comida, bebida e de uma ingênua volta ao passado.
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