“Passa!” “Passa a bola!” “Tô livre!” Era possível ouvir de longe os gritos. Não era difícil saber que eles vinham do campo de terra lá na rua de baixo. Os meninos jogavam futebol em meio a nuvem de pó que se erguia no ar. Era a sua rotina diária. Iam antes à escola, municipal, pobre, quebrada, semidestruída... E, depois do minguado almoço, o futebol! As traves eram feitas de bambu, sem redes. A bola, já era quase um monte de pedaços de couro presos, ainda, por poucas costuras. Mas, não era furada! Os times? Definidos em “com” camiseta rasgada para um lado e “sem” camiseta alguma do outro. E os dribles, os lançamentos e os passes se seguiam, dia após dia. Passa a bola! Rápido! Antes que a vida passe...
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