terça-feira, 9 de junho de 2009

O estranho mundo em que estamos vivendo

Hoje, depois de muito tempo, fui até o centro da cidade. Uma manhã de sábado, ensolarada e convidativa, me convenceu. Ao mesmo tempo em que passei pelos antigos prédios que me viram chegar a essa cidade há muito tempo, não pude deixar de notar o que se passa nas ruas. As mais diversas e diferentes figuras perambulam pelas calçadas e calçadões. Percebe-se, que hábitos de muitos séculos atrás, estão em voga. A exemplo do que acontecia em antigas e desaparecidas civilizações, nota-se as peles impregnadas de tinta, formando ora desenhos tribais, ora traços modernos, com nomes de pessoas, de amores ou simplesmente desenhos abstratos. O hábito quase pré-histórico, de furar a pele com adornos, voltou. Só não é mais feito com ossos pontiagudos, e sim, com artefatos metálicos. Mas, o princípio da barbárie, é o mesmo. Jovens, em bando, municiados com mochilas e os seus indefectíveis bonés, marcam território e impõe sua alegria ou algazarra por onde passam. O bom, é que alguns pais ainda passeiam com seus filhos pequenos no colo ou em carrinhos. Os pombos ainda sobrevoam as nossas cabeças em busca de pipoca ou algum resto de bolacha que se lhes possa ser oferecido. Artistas de rua fazem o seu show com o corpo inteiramente pintado de prata. Mímicos, vestidos de palhaço, arremedam os passos e os movimentos dos transeuntes, ora divertindo, ora irritando. Ainda se encontram nas vitrines, ternos e roupas caras e que são para o consumo de uns poucos. Já os alto falantes das grandes lojas populares, não deixam nossos ouvidos em paz, com suas ofertas “imperdíveis”. Os ônibus e os automóveis andam em desabalada carreira, fazendo manobras que lembram verdadeiros números de circo, por sua audácia e ousadia. Nos sinais vermelhos, os motoristas são abordados por entregadores de panfletos que, ao mesmo tempo em que estão ganhando o seu suado dinheiro, nos oferecem de tudo. Essas ofertas vão desde conserto de máquinas de lavar até apartamentos de luxo em bairros nobres, que a grande maioria que anda nas ruas, nem sabe onde se situam. Músicos de rua tentam se fazer ouvir, enquanto pintores expõem seus quadros, tentando vender sua arte. Olhando para cima, vejo um avião que, fazendo acrobacias, escreve com fumaça branca no céu, uma sílaba que dá nome a uma nova empresa que está se estabelecendo na cidade. É ou não, um estranho, diversificado, colorido, ruidoso e por vezes bárbaro mundo, esse no qual estamos inseridos? Após ver isto tudo, voltei para casa. Ufa! Prefiro ainda, esse meu pequeno, confortável e seguro mundinho. Pensando bem, o que eu perdi lá fora?

Um comentário:

Anônimo disse...

Talvez não tenha perdido nada lá fora mas encontrou um material vasto para um texto tão bem escrito! Ganha-se a certeza de que escolhemos nosso mundo pelo que não queremos nele,concorda?Abraços.