quarta-feira, 13 de agosto de 2008
A chuva
Desde pequeno, eu me admiro com a chuva. Lembro que eu ficava vendo pelos vidros da janela, cada pingo que caía. Na minha mente infantil, eu sempre imaginava personagens e heróis durante um dia de chuva. Na minha fantasia, eu vislumbrava cavaleiros heróicos atravessando planícies debaixo da chuva com seus escudos e espadas reluzentes. Via caravanas de mercadores, abarrotadas de mercadorias, em viagem no meio da tormenta. Me colocava em aventuras na selva, enfrentando perigos, durante uma tempestade tropical. Ao ir para a escola, munido de uma capa de chuva e botas de borracha, eu ia feliz. Nos dias quentes de verão, o banho de chuva era inevitável. Passar correndo nas poças d’água era uma festa! As “peladas” de futebol nas ruas de terra enlameadas da cidade do interior também me marcaram positivamente a infância e a vida. Hoje, nos preocupamos com o aquecimento global, o derretimento das geleiras, a seca, a umidade relativa do ar muito baixa, etc. Vemos também a chuva derrubar encostas, soterrando casas e vidas, devido a ocupações muitas vezes irregulares dos terrenos. Temos notícias de poluição, fumaça, gases na atmosfera e chuvas ácidas. O mundo mudou! Mas, apesar de tudo isso, quando percebo que o céu está escurecendo, ouço os primeiros trovões ao longe e vejo os primeiros pingos de chuva caindo, uma alegria ainda me invade. O cheiro da terra molhada me remete instantaneamente ao passado, tempo em que a felicidade se resumia a ser criança e amigo da chuva.
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